terça-feira, 15 de novembro de 2011

DESAFIO INTERESSANTE

Vejam essa tirinha do do Boné(Andy Capp), do Reg Smythe:


O desafio de hoje é traduzir o diálogo levando em consideração o duplo sentido do substantivo interest.

O vencedor, como já sabem, tem a resposta publicada aqui no blog, com o devido crédito.

Boa sorte!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DÍVIDA nº 2

Nossa dívida nº 2 é para com o Dia do Tradutor, comemorado em 30 de setembro.

Pensando em algo legal para escrever a respeito desse dia, decidimos que o melhor mesmo é lembrar algumas palavras do Paulo Rónai, tiradas do livro “A Tradução Vivida” (2ª edição, Ed. Nova Fronteira, 1981).


Nesse livro, Rónai argumenta que a “bagagem” de um tradutor deve possuir quatro requisitos indispensáveis:

1)      O “conhecimento profundo da sua língua materna, para a qual ele traduz” (pág. 27);
2)      A “posse pelo menos razoável do idioma-fonte” (pág. 29);
3)      O ‘bom senso” (segundo ele, talvez o “componente mais indispensável de sua aparelhagem” – pág. 29);
4)      Uma “cultura geral que lhe possibilite identificar os lugares-comuns da civilização” (pág. 29).

Mas, pergunta Rónai, isso tudo “não é exigência demais em se tratando de ofício comumente mal pago e pouco prestigiado”?

E ele conclui: “[N]ão obstante a remuneração insuficiente ou nula, muitos grandes escritores de todos os tempos empreenderam trabalhos de tradução muitas vezes com prejuízo da própria obra. Evidentemente o ofício deve oferecer compensações outras que não as financeiras. Se o trabalho não trouxesse em si mesmo o seu prêmio, Goethe não teria vertido Diderot para o alemão, Mérimée não se haveria empenhado em introduzir os clássicos russos na França, Baudelaire não se houvera debruçado meses a fio sobre as novelas de Edgar Allan Poe, Rilke não transporia Valéry em sua própria língua. Na realidade a tradução é o melhor e, talvez, o único exercício realmente eficaz para nos fazer penetrar na intimidade dum grande espírito. Ela nos obriga a esquadrinhar atentamente o sentido de cada palavra, em suma a reconstituir a paisagem mental do nosso autor e a descobrir-lhe as intenções mais veladas” (pág. 31).

E você, por que traduz?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DÍVIDA nº 1

Ok, como estamos muito ocupados, o blog acabou ficando parado um tempo... Mas estamos de volta para quitarmos duas dívidas.

A dívida nº 1 é a resposta do “desafio do fora do lixo”, proposto lá no distante mês de agosto.

O vencedor é o Yan, nosso único participante. Ele sugeriu duas soluções e nós escolhemos a seguinte:












Fiquem atentos, pois logo lançaremos um novo desafio!

Mas antes, o próximo post deverá quitar nossa última dívida...

domingo, 18 de setembro de 2011

NOTÍCIAS

O website do jornal O Globo publicou recentemente uma série chamada “Diário de Carreira”, com reportagens sobre vários aspectos da profissão de tradutor.

Neste link, vocês podem ler a matéria mais recente, que, ao final, traz os links para todas as anteriores.

Em 4 de setembro, o suplemento “Segundo Caderno”, também do jornal O Globo, publicou uma matéria sobre o livro “Poesia Traduzida”, da Editora Cosac Naify, que traz 64 poemas traduzidos por Carlos Drummond de Andrade.


Neste link, vocês podem ler a reportagem completa, que mostra um lado muito interessante do autor mineiro (não percam, ao final, um "louvor" aos tradutores).

E na última edição do suplemento “Prosa e Verso” (mais um do jornal O Globo), há duas matérias que valem a pena ser lidas:

A primeira, “Programa de Intercâmbio”, discute os desafios para a difusão da literatura brasileira no mundo (leia aqui a versão online das matérias Obstáculos para a difusão da literatura brasileira no exterior e Brasilianistas pedem investimento em promoção da cultura nacional).

A segunda, “Clássica e Pioneira”, comenta a publicação do livro “Poesia completa de Yu Xuanji”, da Editora UNESP.


Trata-se de uma edição bilíngue chinês-português, com tradução do diplomata Ricardo Primo Portugal e sua esposa, a tradutora e intérprete Tan Xiao (leia aqui a versão online: Livro reúne obra completa de Yu Xuanji, poeta chinesa do século IX).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

RAIN CHECK

A primeira vez que ouvimos a expressão rain check foi no filme “New York, New York”, dirigido por Martin Scorsese.


Bem no início do filme, o personagem Jimmy Doyle (Robert De Niro) tenta insistentemente conquistar Francine Evans (Liza Minelli) durante uma festa. Como ele é muito impertinente, ela passa o tempo todo lhe dando vários foras, até que Jimmy desiste e diz, com arrogância:

I GIVE UP. I'LL TAKE A RAIN CHECK.
Na época, não demos muita bola para essa expressão, que foi traduzida como “Eu desisto. Vamos deixar para outra hora”.

Recentemente, porém, enquanto assistíamos ao filme “Capitão América: o Primeiro Vingador”, dirigido por Martin Campbell, reencontramos o tal rain check

(Poster "vintage" criado pelo artista Paolo Rivera)

Para salvar Nova York da destruição, o personagem Steve Rogers (Chris Evans) precisa destruir a aeronave que está pilotando. Sem alternativas, ele se prepara para realizar um mergulho suicida e (momento emoção) se despede da mocinha Peggy Carter (Hayley Atwell):

PEGGY, WE'RE GONNA NEED A RAIN CHECK ON THAT DANCE.






















Desta vez, ficamos curiosos e decidimos pesquisar o que significa exatamente rain check.

De acordo com o “New Dictionary of American Slang”, organizado por Robert L. Chapman (Harper & Row, 1986), rain check é, literalmente, o canhoto de ingresso que permite ao espectador assistir a outro jogo de baseball, caso o jogo ao qual ele esteja assistindo seja interrompido em razão da chuva.

Ainda conforme o “New Dictionary”, rain check também pode significar, de maneira mais abrangente, o adiamento de qualquer evento esportivo, jantar, festa, etc., com a devida promessa de que o evento ou encontro será renovado.

Para a pobre Peggy, a dança fica adiada para a seguinte data:

A WEEK, NEXT SATURDAY, AT STORK CLUB...
Já a expressão to take a rain check tem um significado mais específico: é algo que se diz quando não podemos aceitar um convite no momento, mas gostaríamos de aceitá-lo em uma data posterior (conforme o Free Dictionary e o Michaelis). Assim, no caso da cena do filme “New York, New York”, descobrimos que há uma ironia por trás da fala do convencido e insolente Jimmy Doyle, uma vez que quem deveria take the rain check seria a moça que está sendo convidada para sair!


PS: Depois que fizemos nossa pesquisa, descobrimos mais um rain check no filme “Serpico”, dirigido por Sidney Lumet! Na cena em que a enfermeira Laurie (Barbara Eda-Young) e o policial Frank Serpico (Al Pacino) se conhecem, ele a convida para tomar uma xícara de café. Laurie, no entanto, diz: I’ll have to take a rain check, I’m due at the hospital. Desta vez, não tivemos dificuldade para entender o que ela quis dizer... 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

DISEMBARKATION STARTED

O post de hoje é uma contribuição da Renata Motta, que se deparou com a seguinte informação em um aeroporto:



A princípio, rimos muito e achamos que a administração do aeroporto havia contratado um tradutor inglês-embromês! Pensamos: “E o Brasil ainda quer sediar a Copa, hein?”

Porém, a velha curiosidade logo bateu e fizemos uma rápida pesquisa...

Pois descobrimos que o substantivo disembarkation existe e significa exatamente “desembarque, descarregamento”! Além disso, são aceitas também as variações disembarkment ou debarkation, todas com esse sentido de act of passengers and crew getting off of a ship or aircraft.

Foi uma surpresa, mas ainda nos parece que a palavra mais comum para “desembarque de passageiros” é landing, não?

De qualquer forma, a gente está sempre aprendendo e são justamente as coisas mais óbvias que nos pregam uma peça... fiquem atentos!